
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) promoveu, na noite desta quarta-feira (24), mais uma agenda de escuta ativa com a comunidade em uma roda de conversa com a juventude. O encontro reuniu dezenas de jovens estudantes, lideranças comunitárias e representantes de movimentos sociais para um debate franco sobre os principais desafios enfrentados por essa geração.
O encontro foi repleto de relatos emocionantes, propostas concretas e o reforço do compromisso do parlamentar com o protagonismo jovem. Parlamentar mais jovem da bancada do Amazonas na Câmara dos Deputados, Amom fez um chamado à mobilização e à ocupação dos espaços de decisão.
“Protocolar um projeto é o mínimo. O que muda a realidade é a nossa união, a nossa coragem e a nossa voz sendo ouvida em todo lugar. Não quero ser o único jovem no Congresso, nem me perpetuar na política. Quero ver mais jovens disputando eleições, ocupando espaço e renovando de verdade a política brasileira. Só denunciar não é suficiente. A gente precisa de um movimento”, afirmou o deputado.
Representar é mais do que legislar
Questionado sobre o papel de um parlamentar, Amom reforçou que legislar é apenas parte da função. Ele também criticou a atual estrutura partidária e defendeu que a juventude ocupe os partidos políticos como uma estratégia para transformar as instituições de dentro para fora.
“O principal trabalho de um deputado federal não é só legislar. Isso é o mínimo. O mais importante é representar. E para que a lei seja cumprida, é preciso pressão. É preciso constranger, é preciso fiscalizar. Nós somos os mais jovens. Se não for agora, vai ser depois. Mas só vai acontecer se a gente estiver lá”, enfatizou Mandel que relembrou o papel histórico da juventude em conquistas sociais e defendeu a retomada desse protagonismo.
“Está na hora de mudar isso. Está na hora de a juventude voltar a ocupar seu espaço e de ter representantes no Congresso Nacional que realmente falem por ela. Eu não quero estar sozinho. O que eu quero é ver mais jovens assumindo esse protagonismo, disputando espaços nas câmaras municipais, na Câmara dos Deputados. Quero ver essa renovação acontecer de verdade”, declarou.
Juventude apresenta propostas e preocupações
O evento contou com a participação de jovens como o empresário, ativista ambiental e coordenador do projeto Galho Forte, Matheus Garcia, que expôs os caminhos de oportunidade para mão-de-obra qualificada no Distrito Industrial e falou sobre as oportunidades para os jovens no setor de inovações sustentáveis, além de compartilhar relatos pessoais de vida e luta pelo meio ambiente.
“A aproximação com a juventude é de extrema importância, principalmente para entendermos as demandas reais que os jovens têm hoje aqui em Manaus. Muitos empresários ainda têm receio da política. E é justamente esse estigma que a gente está tentando quebrar: a ideia de que o poder público e a iniciativa privada não podem caminhar juntos”, enfatizou Matheus.
Outros participantes abordaram temas como educação, saúde mental, política estudantil e acesso a recursos para iniciativas sociais. Relatos sobre a falta de acolhimento nas escolas, ausência de psicólogos, bullying e a dificuldade de acesso a cursos profissionalizantes ou pré-vestibulares marcaram o debate. A estudante Thalia Ribeiro, 17, vinda do município de Borba, fez um apelo por políticas públicas mais efetivas para a inserção dos jovens no mercado de trabalho.
“Muitas escolas não oferecem uma preparação adequada. A política poderia investir em cursos que realmente nos preparem para o mercado de trabalho e para o ensino superior. Cursinhos, cursos técnicos. Isso faria muita diferença para jovens como eu”, declarou a jovem.
Vozes das comunidades
A importância da escuta direta também foi reforçada por Uriel Moreno, representante juvenil da Comunidade Cidadão XX, no Tarumã, que levou pessoalmente suas demandas ao deputado.
“Nossa comunidade tem muitos problemas dentro e fora da escola, como infraestrutura precária, escadas perigosas, lixo acumulado. Participar dessa roda de conversa é uma oportunidade de mostrar tudo isso na nossa própria voz. O deputado escuta, se compromete, e isso fortalece o diálogo”, relatou Uriel.